Ofícios

Foto por Daniel Mansur

Queijeiro

O queijo é um dos mais antigos alimentos preparados que a história da humanidade registra. Sua fabricação teve inicio há milhares de anos, antes do nascimento de Cristo, sendo que os egípcios estão entre os primeiros povos que cuidaram do gado e tiveram, no leite e no queijo, fonte de sua alimentação. 

Os ingredientes básicos do queijo são praticamente os mesmos: leite, coalho, fermentos lácticos e sal. O processo de fabricação do queijo quase não foi alterado desde a antiguidade, podendo ser encontrado até os dias de hoje, na produção de todos os tipos: fresco, ou maturado, sólido ou cremoso. 

A tarefa de fabricar o queijo é normalmente atribuída a um profissional especial, marcado pelos atributos de higiene, calma, organização, atenção e meticulosidade. Requer, ainda, capacidade de fazer cálculos de proporção de misturas, de detectar qualquer alteração do produto, paciência para a monotonia dos gestos e, sobretudo, a arte das mãos, na manipulação da massa, na espremedura e nas demais fases de elaboração e tratamento do produto.

Foto por Daniel Mansur

Carranqueiro

Carranca é a denominação consagrada, no Brasil, para as figuras de proa utilizadas nas barcas do Rio São Francisco desde o século XIX. São esculturas sempre em forma de animais, que funcionavam como amuletos para proteger os navegantes contra as maldições e os perigos do rio. 

São manifestações artísticas coletivas, com características comuns, respeitadas as individualidades de cada artista, como não se encontra em nenhum outro local ou época. Fruto da criação de uma cultura e de uma região isoladas do resto do país e do mundo, cujos artistas populares, a partir da ideia de esculpir uma figura de proa, criaram soluções plásticas próprias, de elevados conteúdos artísticos e emocionais, que provocam um verdadeiro impacto. 

As dimensões das carrancas variavam conforme o tamanho das barcas em que eram aplicadas. As caras eram mais frequentes nas barcas maiores e tinham, geralmente, cerca de 40 a 50 centímetros de comprimento. 

Hoje na região do Rio São Francisco, muitos esculpem réplicas das antigas carrancas. Em São Romão, Minas Gerais, são esculpidas carrancas em pedra-sabão.

Foto por Daniel Mansur

Barbeiro e dentista

Barbeiro, dentista e cirurgião são profissões que entrelaçam em suas origens, alimentando, por muito tempo, o imaginário popular: “Quem dói o dente vai à casa do barbeiro”. 

Ainda no começo do século XIX, o barbeiro era identificado como o indivíduo que fazia barbas e aparava o cabelo, arrancava dentes e aplicava sanguessugas. As técnicas eram transmitidas na prática e oralmente, de geração a geração. 

A barbearia, ambiente predominantemente masculino, já era importante como ponto de encontro: nela se trocavam informações e circulavam as notícias. 

Como material de trabalho, os barbeiros utilizavam bacia de latão modelada de forma a se adaptar ao pescoço; e o próprio dedo ou uma noz, por dentro da boca de cliente para melhor escanhoar – era a barba de caroço ou barba de dedo. O barbeiro ambulante usava também o artifício de pedir ao freguês para fazer bochecha, facilitando, assim, o movimento da navalha: “Ioiô, fazê buchichim”.

Ao final do século XIX, como  advento dos profissionais liberais de formação acadêmica, fica mais definida a distinção entre barbeiro, dentista e cirurgião.

Foto por Daniel Mansur

Ofícios do couro (Curtidor, Sapateiro, Chapeleiro e Seleiro)

Com o crescimento da pecuária e a melhoria do rebanho as atividades da fazenda de gado passaram a exigir, cada vez mais, instrumentos e equipamentos para a montaria e serviços. A transformação da pecuária em negocio estável produziu, além do gado, uma cadeia de ofícios derivados – seleiros, curtidores e remendões – que se especializaram em abastecer as fazendas e tropas, com um subproduto do próprio rebanho: o couro. 

“Você pega um sapato hoje, o LUis XV, um scarpin. Antigamente ele era todo feito manualmente, na época do meu pai. Hoje não, hoje é muito fácil fazer um calçado. Mas na época… tudo manual! Você tinha que colocar um solado, pregar um salto, preparar a sola. Hoje não, hoje você compra um solado pronto – no caso, só colar. Muita gente fala: hoje não tem artesão, tem mais é maquinário. Mas tem muita gente ainda que trabalha manualmente. A gente pega um sapato hoje e lembra da mudança que veio de lá pra cá. O sapateiro era mais valorizado, hoje nós não temos valor nenhum. Principalmente o conserto, porque quem fabrica hoje não se interessa e nem sabe consertar. O conserto é mais artesanal, e a fabricação não. Hoje a fabricação é maquinário. E aprender isso não é bicho de sete cabeças não. Olha, isso aqui é uma forma. E pra gente consertar ou fazer um sapato, tem que ter essa forma. É o seguinte: pega o mesmo lado do pé e coloca ela dentro. E se for pra consertar, para arrancar o solado têm de estar na forma. Pra que?! Para não desmanchar a montagem do sapato. E agora, esta ferramenta aqui (uma espécie de alicate), geralmente é para montar as tiras do sapato. Acabou de montar, pega o martelo e bate. Agora o mais importante é esta ferramenta aqui. Esta ferramenta, na verdade, nem se usa mais. Isso aqui foi da época do meu avô, passou para o meu pai e passou para mim. Isso aqui se chama “giga”. Isso é para dar acabamento no sapato, no solado. Trabalha junto com parafina e lamparina. O que acontece: esquenta o “giga”, passa na parafina para poder passar no sapato e dar este acabamento. Hoje não, tem máquina. À máquina não fica tão bonito como este daqui. Na reforma eu não uso, guardo mesmo porque é herança. Tem história.” Relato de Edson Antônio Barbosa – Sapateiro.

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Ofícios do comércio

O Comércio de bens e gêneros os mais diversos alimentava o calmo desenvolvimento das cidades e pequenas povoações. Balanças das mais diversas formas eram objetos garantidos nas maiorias das vendas e comércios, até mesmo ambulantes e tropeiros faziam uso delas.

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Proteção do viajante

Quando falamos de proteção ao viajante, pensamos logo em armas. Não estaríamos errados ao assumir que elas tiveram uma importância fundamental neste assunto. Mas não eram o único elemento usado na defesa pessoal e na proteção corporal. Nesta sala são contempladas a proteção física, seja com as próprias armas e também com as vestimentas, assim também como a proteção espiritual, representadas pelas carrancas, oratórios e imagens religiosas.

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Ofícios ambulantes

Praticados pelos que trabalham e negociam nas ruas e estradas, em deslocamento permanente. A presença dos ambulantes era comum no Brasil antigo, e eles contribuíam para a divulgação dos fatos, levando com suas mercadorias e fazeres as últimas noticias dos grandes centros.

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Ofícios do transporte

Os ofícios do transporte estão presentes até os dias de hoje e são de suma importância para o desenvolvimento do nosso País. No SESI MAO eles estão representados na figura do Canoeiro, do Tropeiro e até mesmo no Caminhoneiro, mostrando a evolução do ofício no recorte temporal do acervo.

Foto por Daniel Mansur

Jardim das energias

Para mover o mundo, o homem logo inventou meios de gerar e captar energia para otimizar o trabalho. Além de sua própria força física, o poder da água e a tração animal ensejaram o funcionamento de engenhosas invenções, como os moinhos e moendas.

Foto por Daniel Mansur

Ofícios da mineração

Extrair da terra os minerais para a confecção de peças e estruturas essenciais ao progresso e para a ornamentação dos rituais de todos e de cada qual, eis o móvel e mata dos ofícios das minas.

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Ofícios do fogo

O fascínio do fogo levou primitivamente ao seu culto e à apropriação de seus poderes para as mais variadas finalidades, a começar pela produção de alimentos. Graças ao fogo, surgiu o ferro e teve início o processo transformador da indústria.

Foto por Daniel Mansur

Ofícios da madeira

A madeira, ao lado do barro, foi à matéria primeira que a mão humana trabalhou com engenho e arte. A riqueza das madeiras do Brasil fez com que, desde os primórdios da era colonial, prodígios fossem alcançados pelos hábeis carpinteiros e marceneiros construtores do país.

Foto por Daniel Mansur

Ofícios da lapidação e ourivesaria

O ouro e as pedras preciosas instigaram o esplendor da arte dos lapidadores e dos ourives. Desde a antiguidade, esses artífices destacaram-se pelo labor refinado e esteticamente deslumbrante. Apesar das restrições do período colonial, quando a metrópole detinha a hegemonia de tais ofícios, notáveis mestres tiveram suas oficinas na Bahia, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Foto por Daniel Mansur

Comércio (venda e botica)

A venda era ponto de convergência e encontro da vizinhança e dos forasteiros, onde de tudo se encontrava. As Boticas, antigas farmácias, também eram comuns nas grandes cidades.

Foto por Daniel Mansur

Ofícios da cerâmica

Modelada à mão, com ou sem equipamentos, ou feita no torno, a cerâmica é um dos mais antigos artesanatos e ícones culturais de uma região. Das urnas para o enterramento dos indígenas às obras dos mestres do Vale do Jequitinhonha, a história registra-se no barro.

Foto por Daniel Mansur

Ofícios da terra

Os ofícios da terra iluminam a aurora das civilizações. No Brasil, tudo começou com o ciclo da cana de açúcar. Mais tarde, o café dominou a história do país. Na atualidade, a agricultura mantém um papel fundamental na economia.

Foto por Daniel Mansur

Ofícios da conservação e transformação dos alimentos

A conservação e a transformação dos alimentos requerem ofícios especiais. Os fabricantes de farinha tiveram sempre mercado certo para seus produtos, que cada região do país ganham uma versão peculiar, assim como a tradição dos queijeiros.

Foto por Daniel Mansur

Ofícios dos fios e tecidos

O algodão tem protagonismo na história do Brasil. No período colonial, a fabricação de tecidos era proibida, mas em Minas Gerais foi tão intensa a atividade dos fiandeiros e tecelões que Portugal mandou quebrar todas as rocas da Capitania.

O que o educativo oferece?

Escolha ao lado qual área de atuação você quer conhecer um pouco mais e veja tudo que o Museu de Artes e Ofícios SESI tem disponível para você mergulhar na história do trabalho.

 

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