O CUBO NEGRO
Belo Horizonte é uma cidade(encruzilhada), um território construído pelas materialidades das pessoas pretas, não obstante, é possível considerá-la: Um canteiro de obras e Uma superfície de disputa colonial, mora na ARQUEOLOGIA ARTÍSTICA; na INVESTIGAÇÃO POÉTICA, na AFROGRAFIA, os meios de análise dos processos de todas as remoções e soterramentos constante na cidade desde sua construção, pois há uma Sankofa em todos os portões e negro em todos os traços da cidade.
Este ambiente de memória negro que é retroalimentado pelos artistas que residem na cidade, em suas composições e tangibilidades, dando novas camadas ao que já existiu, TORNANDO NEGRO O QUE FOI EMBRANQUECIDO e instaurando espaços de cura e confluência que não exisitiam ou foram planejados para este território. Para além de cosmopolita, a cidade se revela nas QUILOMBOZILHADAS e nas ENCRUZOCONFLUÊNCIAS. As quais subvertem, as estruturas modernistas, sempre havendo um negro ou o conjunto de negridões, desafiando os alicerces brancos impostos.
ESCURIDÃO AZEVICHE
A LUZ foi por muito tempo, também, posta como o ANTAGONISMO ESSENCIAL DA NEGRIDÃO, sendo por este motivo, um dos subterfúgios mais comuns dos movimentos universalizantes europeus, em suas dialéticas de extermínio. Se condensou na iluminação o processo de purificação, gerando Sistemas Supremacistas que promoveram o jugo à diversas culturas Negroafricanas nos séculos 19 e 20, e ainda hoje.
Contudo, as grafias existentes em tudo o que há nessa terra, só se deram através dos CONTRIBUTOS DA ESCURIDÃO, motivo-funcionamento do diafragma em muitas câmeras e razão pela qual o negativo de filmes são conservados no escuro, a totalidade da luz queima e danifica a captura fotográfica assim como a colonização destroi símbolos da Escuridão Diaspórica. Mora no equilíbrio e na proporção que dá à luminosidade uma alternativa de construção visual Escura de Mundo, sendo assim necessário reivindicar o BRIO NITESCÊNCIA oriundo da ESCURIDÃO AZEVICHE, possuir brilho sendo um cristal negro, refeltir a luz que já te pertenceu um dia.
Cada abstração negra possui o brilho interno de um SOL VIVO, uma luminosidade negrura, que alumeia, sendo preta, no que se infere ao pigmento essencial da melanina, reconhecer a Luz do Sol, como uma luz irmã, a PONTO DE PERMITIR O BRONZEAMENTO, sendo o traço dominante dos vários tons de negridão, registradas aqui por YAN NICOLAS, artista das ILUMINAÇÕES NEGRAS. Que assim como a luz, empresta seu brilho interno, para ir de encontro com outras negruras do mundo. Usando os pigmentos da sua pele e do carvão, para deixar o testemunho das fugas e das rutilâncias tretas, presentes em todas as superfícies esmaecidas e viciadas pela brancura.
SERVIÇO:
NEGRO BRIO: AZEVICHE Artista Yan Nicolas
Abertura: 11 de outubro de 2024
Horário: 19h às 22h
Período: 12/10 a 24/11 – terça a sexta de 11h às 17h – sábado de 09h às 17h
*Entrada até às 16h30
Local: Museu de Artes e Ofício – Endereço: Praça Rui Barbosa, 600 – Centro – BH / MG
ENTRADA GRATUITA