Museu de Artes e Ofícios
Praça Rui Barbosa, 600 - Centro
Eventos neste local
Novembro
11Out(Out 11)19:0024Nov(Nov 24)17:00EXPOSIÇÃO NEGRO BRIO: AZEVICHE Artista Yan Nicolas
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O CUBO NEGRO Belo Horizonte é uma cidade(encruzilhada), um território construído pelas materialidades das pessoas pretas, não obstante, é possível considerá-la: Um
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O CUBO NEGRO
Belo Horizonte é uma cidade(encruzilhada), um território construído pelas materialidades das pessoas pretas, não obstante, é possível considerá-la: Um canteiro de obras e Uma superfície de disputa colonial, mora na ARQUEOLOGIA ARTÍSTICA; na INVESTIGAÇÃO POÉTICA, na AFROGRAFIA, os meios de análise dos processos de todas as remoções e soterramentos constante na cidade desde sua construção, pois há uma Sankofa em todos os portões e negro em todos os traços da cidade.
Este ambiente de memória negro que é retroalimentado pelos artistas que residem na cidade, em suas composições e tangibilidades, dando novas camadas ao que já existiu, TORNANDO NEGRO O QUE FOI EMBRANQUECIDO e instaurando espaços de cura e confluência que não exisitiam ou foram planejados para este território. Para além de cosmopolita, a cidade se revela nas QUILOMBOZILHADAS e nas ENCRUZOCONFLUÊNCIAS. As quais subvertem, as estruturas modernistas, sempre havendo um negro ou o conjunto de negridões, desafiando os alicerces brancos impostos.
ESCURIDÃO AZEVICHE
A LUZ foi por muito tempo, também, posta como o ANTAGONISMO ESSENCIAL DA NEGRIDÃO, sendo por este motivo, um dos subterfúgios mais comuns dos movimentos universalizantes europeus, em suas dialéticas de extermínio. Se condensou na iluminação o processo de purificação, gerando Sistemas Supremacistas que promoveram o jugo à diversas culturas Negroafricanas nos séculos 19 e 20, e ainda hoje.
Contudo, as grafias existentes em tudo o que há nessa terra, só se deram através dos CONTRIBUTOS DA ESCURIDÃO, motivo-funcionamento do diafragma em muitas câmeras e razão pela qual o negativo de filmes são conservados no escuro, a totalidade da luz queima e danifica a captura fotográfica assim como a colonização destroi símbolos da Escuridão Diaspórica. Mora no equilíbrio e na proporção que dá à luminosidade uma alternativa de construção visual Escura de Mundo, sendo assim necessário reivindicar o BRIO NITESCÊNCIA oriundo da ESCURIDÃO AZEVICHE, possuir brilho sendo um cristal negro, refeltir a luz que já te pertenceu um dia.
Cada abstração negra possui o brilho interno de um SOL VIVO, uma luminosidade negrura, que alumeia, sendo preta, no que se infere ao pigmento essencial da melanina, reconhecer a Luz do Sol, como uma luz irmã, a PONTO DE PERMITIR O BRONZEAMENTO, sendo o traço dominante dos vários tons de negridão, registradas aqui por YAN NICOLAS, artista das ILUMINAÇÕES NEGRAS. Que assim como a luz, empresta seu brilho interno, para ir de encontro com outras negruras do mundo. Usando os pigmentos da sua pele e do carvão, para deixar o testemunho das fugas e das rutilâncias tretas, presentes em todas as superfícies esmaecidas e viciadas pela brancura.
SERVIÇO:
NEGRO BRIO: AZEVICHE Artista Yan Nicolas
Abertura: 11 de outubro de 2024
Horário: 19h às 22h
Período: 12/10 a 24/11 – terça a sexta de 11h às 17h – sábado de 09h às 17h
*Entrada até às 16h30
Local: Museu de Artes e Ofício – Endereço: Praça Rui Barbosa, 600 – Centro – BH / MG
ENTRADA GRATUITA
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Tempo
Outubro 11 (Sexta-feira) 19:00 - Novembro 24 (Domingo) 17:00(GMT+00:00)
Localização
Museu de Artes e Ofícios
Praça Rui Barbosa, 600 - Centro
11Out(Out 11)19:0024Nov(Nov 24)17:00Exposição 30160-000 REENCONTRO Artista Angela Biegler
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30160-000 Reencontro Considero certa gravura de Angela Biegler: eis um carrinho de supermercado, coberto por manta zebrada, perdido em rua qualquer. O
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30160-000 Reencontro
Considero certa gravura de Angela Biegler: eis um carrinho de supermercado, coberto por manta zebrada, perdido em rua qualquer. O desenho adivinha o que vai sob o tecido felpudo: é a vida mesma de um pária, que, embaixo do pano, acomoda os capítulos de sua biografia desterrada. Não vejo isso – intuo. Pela trama criada pela goiva da artista, pela densidade imprimida à cena. Mais tarde fico sabendo, trata-se, de fato, do carrinho de poeta escrevebundo, morador das ruas do hipercentro. É assim o trabalho de Angela, dona de olhos de vazar superfícies: radiografa coisas. Vem lá do Sul essa vizinha de Jorge Luís Borges, Júlio Cortázar e Érico Veríssimo. De início professora, foi guia num museu da mineração, o qual fez por bem abandonar, antes que o museu a transformasse numa cava. Aportou em BH pelo início da década, trazendo gato, caixas alfanumeradas e alma de artista. Aqui, tornou-se caminhadora voraz: avessa a rapidezes automobilísticas, faz das ruas lugar para peregrinações do olho atento à paisagem furiosa. Olho que se derrama especialmente sobre os objetos, estranhos seres a coabitar o mundo em que vivemos. Frequentam as gravuras de Angela tubos de pimenta sobre um balcão de lanchonete, escovas de dente num copo de plástico, caixas de leite estremunhadas, latas de cereal à guisa de telefone, um vidro repleto de sucata mirífica, cadáveres de sabonete empilhados, a panóplia artística encostada a um canto da casa. Vá, conheço o trabalho da artista desde 2021, ano em que mostrou-me o mapa do caminho que fazia para chegar ao prédio da universidade. No desenho, um inextricável nódulo de cruzamentos e esquinas. Poderia ter desenhado percurso mais simples, mas preferiu a curiosa charada visual, a que deu o título de “3M5M”. E mostrava-me o desenho dizendo: “Não vê? Matemática.” Eu não via exceto o desenho, mas assentia ao enigma da artista, versada nas manhas e artimanhas dos números. Mas também aperreada com as indignidades: moradora do Centro, tem por amigos diletos os catadores de resíduos, entre cujas barracas achou aquele poeta escrevebundo. É, pois, com o lápis da empatia que interroga o habitáculo desses amigos e ainda o seu próprio, não menos provisório que o dos párias. Estar ao léu: quem nunca? Perfurador de superfícies, errático, prenhe de inquietações. Resta dizer que o trabalho de Angela tangencia o realismo, mas recusa-se a mergulhar nele inteiramente. Infiel à mímesis, demora-se na observação das coisas como para gravá-las ao descuido de si mesmas, capturando-lhes lados insuspeitados por meio de estocadas no metal e na madeira. Numa tal gravura, densa, radiográfica, além de acariciada por luxuosa cor, os objetos não se dão por completo: retraem-se em alguma medida. E seguem a desafiar. Ganham mesmo um novo mistério, vez que escapam à categoria do banal: são agora imagens convidando a diminuir a velocidade com que olhamos para eles. Talvez para que os vejamos mais criticamente, talvez para que tenhamos mais atenção à Terra que os recebe, já cedendo sob nossos pés.
Paulo Barbosa
Professor/Escola Guignard
SERVIÇO:
30160-000 REENCONTRO Artista Angela Biegler
Abertura: 11 de outubro de 2024
Horário: 19h às 22h
Período: 12/10 a 24/11 – terça a sexta de 11h às 17h – sábado de 09h às 17h
*Entrada até às 16h30
Local: Museu de Artes e Ofício – Endereço: Praça Rui Barbosa, 600 – Centro – BH / MG
ENTRADA GRATUITA
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Tempo
Outubro 11 (Sexta-feira) 19:00 - Novembro 24 (Domingo) 17:00(GMT+00:00)
Localização
Museu de Artes e Ofícios
Praça Rui Barbosa, 600 - Centro